Polícia Civil aponta que César Fernandes dos Santos teria sido atraído para emboscada, quando foi esfaqueado pelo amante de sua mulher
Da Redação, com reportagem de Tadeu Stefaniak
De acordo com a delegada da Polícia Civil de Irati, Eliete Aparecida Kovalhuk, César Fernandes dos Santos, de 40 anos, vítima de assassinato ocorrido no dia 30 de dezembro de 2015, na área central da cidade, teria sido atraído para uma emboscada armada pela própria esposa e seu amante.
Cerca de dois meses após o crime, os investigadores da 41ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Irati levantaram a autoria do homicídio. A suspeita de ser a mandante do assassinato foi a esposa da vítima, Cláudia Sales Ventura, conhecida pelo apelido de “Nega”, de 39 anos, presa em sua casa no dia 4 de março. Já o suspeito de ser o executor foi o amante, Eli Santos Silva, de 34 anos, detido em Itapoá (SC), também no dia 4 de março.
Conforme a delegada, a suspeita nega envolvimento no assassinato do marido e diz que vinha sendo ameaçada pelo autor e que, por isso, não se manifestou acusando-o à polícia ao longo de pelo menos dois meses. Segundo as investigações, Cláudia chegou a pedir para que os filhos mentissem durante o depoimento prestado na Polícia Civil. “O que conseguimos levantar, através das nossas investigações, é que ela, de fato, fazia reclamações e queixas do casamento e que o César a maltratava. Tivemos aqui uma situação de violência doméstica envolvendo o casal, contudo, não ficou constatada nenhuma violência da parte dele [a vítima do homicídio] em relação à Cláudia”, relata Eliete.
A mulher também nega que tenha premeditado o homicídio do próprio marido.“Premeditação é óbvio que houve. Ainda não conseguimos levantar como foi feito isso. Mas ficou óbvio que [Cláudia e Eli] conversaram muito e Eli o executou na data que eles teriam marcado”, justifica a delegada.
César foi chamado para prestar serviços de dedetização em uma casa na Rua Padre Paulo Warcovicz, na área central de Irati, próximo ao SESI. A princípio, a Polícia Civil acreditava que ele teria invadido a casa, aonde chegou às 8h30 do dia 30 de dezembro, com mais uma pessoa. A casa estava vazia e disponível para aluguel e foi o proprietário quem encontrou o corpo e a faca utilizada na execução. A arma estava limpa e fincada no chão.
Segundo a delegada, César entrou na casa com Eli Santos Silva, que seria o amante de Cláudia Sales Ventura, esposa da vítima. A mulher, no entanto, não estaria no local. “A participação dela foi como mandante desse crime”, ressalta Eliete.
O suspeito da autoria do homicídio, em seu depoimento, alega legítima defesa. “No dia anterior, César teria desferido um tapa no rosto dele e, na manhã dos fatos, o César teria encontrado com ele no meio da rua e teria descido do carro; ambos teriam começado a discutir e entrado nessa casa. Essa versão não se confirmou, pois as testemunhas não declararam nada sobre essa movimentação estranha dos dois”, indica a delegada.
Eliete aponta, também, que o amante de Cláudia não seria de Irati. Ele é natural de Rondônia e teria iniciado o contato com a esposa da vítima a partir de redes sociais. Depois disso, ele resolveu vir para o Paraná para conhecê-la.
“Tivemos várias linhas de investigação em curso. Analisamos depoimentos de testemunhas, as contradições e evasivas da própria Cláudia e aí foi solicitado ao juízo aqui de Irati que solicitasse às empresas de telefonia dos celulares deles o registro das ligações. Foi a partir daí que chegamos à autoria”, expõe a delegada.
Ambos estão em prisão temporária na Delegacia de Irati e aguardam a conclusão dos autos do inquérito e vão responder ao processo perante a Vara Criminal de Irati.
Outro lado
Cláudia e Eli foram procurados para gravar entrevista, mas preferiram não se manifestar sobre o caso.
Crime
César foi encontrado morto, no dia 30 de dezembro, no quarto da frente de uma casa vazia, disponível para aluguel. A vítima foi atingida com golpes de faca no braço direito, no peito e no pescoço. Foi o proprietário do imóvel quem encontrou o cadáver e acionou a polícia.


