Sérgio Albin foi morto com sete tiros pelo ex-cunhado, na Avenida Noé Rebesco, em Irati, em fevereiro. Ambos teriam trocado ameaças
Da Redação, com reportagem de Tadeu Stefaniak
A delegada Eliete Kovalhuk, da Delegacia de Polícia Civil de Irati, aguarda o laudo da Criminalística para definir os encaminhamentos do inquérito que apura o homicídio de Sérgio Albin, ocorrido no dia 1º de fevereiro de 2016, na Avenida Noé Rebesco.
Com esse relatório, Eliete terá condições de decidir se aceita a versão de Paulo Sérgio Marquevicz, ex-cunhado da vítima e principal suspeito, de que os tiros teriam sido disparados em legítima defesa ou se indicia o autor de homicídio qualificado, por emboscada surpresa. Paulo teria afirmado à delegada que carregava a arma consigo para defesa pessoal, pois vinha sendo alvo de ameaças.
A Polícia Civil chegou à autoria do homicídio no mesmo dia do crime, com apoio das diligências efetuadas pela Polícia Militar e através de trabalhos dos investigadores da Delegacia de Irati. A vítima foi morta a tiros pelo ex-cunhado, e as motivações, de acordo com a delegada, seriam desavenças prévias entre os envolvidos.
“A vinda da Criminalística para atender ao crime e o que o perito nos repassou põe a versão que o Paulo nos passou em xeque, justamente porque ele teria dito que atirou ao ermo e, contudo, acertou sete tiros certeiros na vítima. Fica difícil de acreditar e de conceber que teria sido legítima defesa”, contrapõe a delegada.
A relação entre as famílias da vítima e do acusado pelo homicídio era bastante conturbada, segundo Eliete, e havia denúncias registradas de ameaça de ambos os lados, tanto de Sérgio contra Paulo quanto de Paulo contra Sérgio.
A polícia conseguiu chegar ao suspeito através da testemunha, que relatou a placa do veículo, uma Fiat Strada, em que Paulo chegou ao local da execução. Através da consulta ao sistema de identificação, foi certificado que o carro pertencia a Paulo. A Polícia Civil também apurou que ele teria adquirido uma arma de fogo em agosto do ano passado, uma pistola calibre 380, numa loja de Irati. “Isso foi fundamental para chegarmos à autoria”, complementa a delegada.
O suspeito declarou à Polícia Civil que, depois de se evadir, chegou a ficar três dias escondido num matagal às margens da estrada que dá acesso ao município de São Mateus do Sul e, quatro dias depois da ocorrência, se apresentou espontaneamente à Delegacia, acompanhado de seu advogado.
“Estamos concluindo [o inquérito], faltam apenas algumas testemunhas para serem ouvidas. Estamos concluindo as investigações e relatando o inquérito para encaminhar para o Poder Judiciário”, informa.
Sérgio Albin, conhecido como “Serjão Borracheiro”, foi morto com sete tiros – três pelas costas, um na cabeça e três pela frente – na manhã do dia 1º de fevereiro, enquanto conversava com outra pessoa. O ex-cunhado de Serjão passava por ali, a bordo de uma Fiat Strada, e desceu para um suposto acerto de contas. Segundo a PM, pelo menos dez tiros foram disparados contra a vítima, que chegou a tentar fugir de moto do local do crime, mas foi atingida antes de conseguir sair do lugar.
No mesmo dia do crime, na casa do suspeito, a PM encontrou duas caixas: uma usada para guardar uma arma de fogo e outra com 12 munições intactas, dois blisters com dez munições, um carregador de pistola e uma autorização para transporte da arma, emitida pela Polícia Federal de Ponta Grossa.
Sérgio era natural de Rio Azul e residia na rua Trajano Grácia, em Irati. Ele era proprietário de uma borracharia e um lava-car nas proximidades da Ciretran.
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Fotos: Rádio Najuá
