Frei Jaime celebra 50 anos de sacerdócio em Irati

Capuchinho, que atualmente trabalha na Grécia, está passando por algumas das comunidades onde trabalhou neste…

13 de abril de 2016 às 13h10m

Capuchinho, que atualmente trabalha na Grécia, está passando por algumas das comunidades onde trabalhou neste período

Paulo Henrique Sava
Em 2016, o Frei Jaime Manfrin completa 50 anos de ordenação sacerdotal. Para comemorar o Jubileu de Ouro, o capuchinho resolveu tirar uma licença para viajar por algumas das comunidades onde ele trabalhou neste período. No Brasil, ele já esteve em Joinville – SC, e desde o último sábado, 09, está em Irati, onde celebrou missas nas capelas Nossa Senhora das Graças, no bairro Canisianas, São Francisco de Assis e na Igreja Matriz Nossa Senhora da Luz, onde foi realizada uma celebração especial no último domingo, 10, seguida de um almoço comunitário.
A celebração reuniu centenas de pessoas, que relembraram o período em que o frei trabalhou na paróquia, entre 1980 e 1984. Algumas das pessoas que foram coroinhas do capuchinho naquela época acompanharam a celebração de perto do altar. O coral Gaudeamos in Domino, comandado pelo maestro João Wilson Faustini, abrilhantou a celebração com suas canções. 
Durante a celebração, Frei Jaime recebeu as vestes jubilares e renovou as promessas feitas no dia da sua ordenação sacerdotal.   
Logo após a celebração, as pessoas aproveitaram para tirar fotos com Frei Jaime. A reportagem da Najuá conversou com o capuchinho sobre sua experiência nestes 50 anos e sobre as lembranças que ele tem do período em que trabalhou em Irati. “A minha emoção foi de reviver este período belo que passei aqui na Nossa Senhora da Luz, em Irati, sobretudo cuidando dos jovens, das capelinhas, lembrando as minhas missas festivas, que eram sempre um momento forte da minha vida de padre na vida da comunidade”, comentou. 
Para o frei, o domingo sempre era dia de festa, pois ele sentia “vibrar a comunidade”. “Hoje eu revivi um pouco todos estes sentimentos pastorais humanos que me acompanharam nestes anos que eu permaneci aqui em Irati, na Paróquia de Nossa Senhora da Luz”, afirmou. 

Frei Jaime deve passar ainda por outras comunidades da região. Confira a programação:
Dia 13 – quarta-feira – 19h30min – Papuã 
Dia 14 – quinta-feira – 19h30min – Apiaba 
Dia 15 – sexta-feira – 19h30min – Pinho de Baixo 
Dia 16 – sábado – 19h30min – Nhapindazal {/block}

Vida de missionário

Frei Jaime conta que, dos seus 50 anos de sacerdócio, há pelo menos 40 anos ele vive como missionário, tendo sido ordenado em Veneza, na Itália, e trabalhado no Brasil, no Paraguai, na Itália, na Albânia e na Grécia, onde trabalha atualmente. Para ele, o mais importante é estar vivendo a experiência da Igreja. “Esta Igreja aqui é única, com suas diversidades, com suas culturas distintas, é este sentimento comum que nos faz sentir a Igreja de Jesus como a Igreja Católica, porque está espalhada pelo mundo. Para mim, foi uma imensa alegria sentir palpitar o coração da Igreja em todos os lugares por onde passei, pobres ou ricos, nas campinas do Paraguai nos vales da Albânia, aqui no Brasil, nas capelas do interior, eu senti sempre viva esta experiência da Igreja”, conta. 
Para o capuchinho, o valor mais importante da Igreja está em celebrar a Eucaristia, mesmo naquelas Igrejas feitas de chão batido do Paraguai. “Mas era a Igreja de Jesus, é celebrar a Eucaristia que dá força e coragem para a Igreja e para o sacerdote. Esta foi talvez a experiência mais bela que tive como experiência de sacerdote”, comentou. 
Frei Jaime conta que, quando chegou no Brasil, em 1975, as comunidades eram numerosas e os freis eram poucos. Foram formadas pequenas fraternidades, com dois ou três freis, nas quais o equilíbrio fraterno exigia compreensão, paciência e virtude. “Para mim, foi como redescobrir a minha vocação franciscana, vivendo em pequenas fraternidades. Esta foi para mim outra grande e bela descoberta e experiência que eu fiz nestes longos anos de missão aqui no Brasil, no Paraguai e na Grécia atualmente, sempre multinacionais, porque atualmente estou morando com três irmãos, um romeno e um grego. São culturas distintas, mas sempre com um denominador comum, para podermos viver na paz e na alegria da consagração a Deus”, comentou. 

Vocação sacerdotal

Para o frei, a vocação sacerdotal é uma sementinha, que nasce, cresce e vai amadurecendo ao longo dos anos, se tornando cada dia mais clara. Ele conta que a vocação, como um começo e uma caminhada, foi progressiva. Frei Jaime agradeceu a todos os seus formadores, que o levaram até o sacerdócio, que ele considera um momento importante na sua vida. O sacerdote conta que, inicialmente, pensava em ficar na Itália, sua nação de origem, onde ele teve a oportunidade de cursar a Universidade de Pádua, onde se formou.
“Mas eu não tinha uma visão clara sobre para que poderia me servir tudo isto até 1975, quando eu pensei em vir para o Brasil para ser missionário. Diante da oportunidade e do chamado dos freis capuchinhos do Paraná, que me convidaram, e também porque pensava que, onde eu estava, havia muitos padres, e pensei em ir para onde havia poucos. Efetivamente, quando eu cheguei no Brasil, havia um sacerdote para cada 10 mil habitantes, enquanto na Itália havia um sacerdote para cada mil habitantes. Assim, decidi vir para o Brasil e esta é a terceira grande experiência do meu sacerdócio, a vida missionária”, ressaltou. 

Trabalho em Irati

Frei Jaime falou também sobre os trabalhos que realizou durante o período em que esteve em Irati, citando como exemplos as construções do Centro Pastoral São Leopoldo Mandic e das capelas Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora do Carmo e São Francisco de Assis. Ele comenta que tudo isto é fruto de partilha, de sacrifício e de colaboração da comunidade. “Diante da proposta do padre e da necessidade da comunidade, todos colaboram e participam, e assim foi que estas realidades foram aparecendo, mas com a ajuda do povo, com a sensibilidade eclesial, seja do Conselho Pastoral e Paroquial daquele tempo, como também nestas comunidades iam surgindo estas pequenas obras, estas pequenas coisas, porque a minha filosofia de governo pastoral foi de sempre marcar presença, porque onde chega a Igreja Católica, não chegam outras confissões”, comentou.
Para o religioso, a presença da Igreja na periferia é importante, seja em Irati ou em qualquer outra comunidade. “Isto foi o que me levou a fazer estas obras, que eu não fiz sozinho, mas com a colaboração da comunidade”, comentou.

Mensagem aos jovens

Frei Jaime acredita que os sacerdotes devem investir cada vez mais nos jovens e incentivá-los a participar mais das comunidades. “Se o jovem vê que a Igreja caminha com ele e se esforça para compreendê-lo e ajudá-lo, ele corresponde muito bem e sabe colaborar”, comentou.
Para os jovens, o religioso pede que estejam sempre de mente aberta e coração sensível, e principalmente, solicita que eles não tenham medo de Jesus. “Jesus não tira nada e dá tudo, e felizes aqueles que o seguem, porque quem segue Jesus, encontra a verdade e a vida”, finalizou.
Confira mais imagens da celebração clicando aqui
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