Campus da Unicentro em Irati lança projeto Ecobituqueiras

27 de julho de 2016 às 09h55m

Foram instalados 15 dispensadores de bitucas de cigarro em todo o campus para dar uma destinação correta aos resíduos e minimizar o impacto ambiental

Edilson Kernicki, com reportagem de Paulo Henrique Sava 
O Programa de Educação Tutorial (PET Engenharias), do campus da Unicentro em Irati, lançou na semana passada o projeto Ecobituqueiras. Foram instalados 15 dispensadores de bitucas de cigarro em todo o campus: uma em cada bloco e duas ou três em pontos estratégicos, como o Restaurante Universitário e o Prédio Principal, onde há grande circulação e concentração de pessoas.
“O objetivo do projeto é reduzir a contaminação ambiental do solo causada pelas bitucas de cigarro. Observamos na universidade que muitos fumantes jogam as bitucas no chão. Aí criamos esse projeto: um espaço específico para que fossem jogadas essas bitucas e, depois, tenhamos um destino correto para elas”, explica a professora Daniele Ukan, do Departamento de Engenharia Florestal (DEF).
Outro objetivo do projeto Ecobituqueiras é tentar conscientizar aos fumantes sobre os malefícios do tabagismo para a saúde, através de uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
A integrante do PET, Heloísa Pontarolo, conta que o projeto tem sido bastante elogiado dentro do campus e diz que torce para que surta o efeito esperado entre os fumantes, para que descartem corretamente as bitucas dos cigarros. “A ideia surgiu no ano passado e, desde então, vínhamos correndo atrás de patrocínio e da fabricação dessas ecobituqueiras, o que levou algum tempo. Então, apenas na semana passada que conseguimos inaugurá-las e também fazer a parceria com o Senac, para a conscientização”, complementa a estudante.
Construídas pelos funcionários do Serviço de Manutenção da Unicentro, com material doado pelo Senac, as ecobituqueiras são compostas de canos de PVC, com 110mm de diâmetro, com bases em madeira.
Segundo Daniele, o projeto vem sendo aplicado dentro do campus da Unicentro, de modo experimental. No entanto, existem planos para que, de acordo com a resposta obtida pelo projeto, ele possa vir a ser estendido para o restante da cidade de Irati. Nesse primeiro momento, os responsáveis pelo projeto vão analisar se os fumantes que frequentam o campus vão se adaptar e adotar o hábito de dispensar adequadamente as bitucas de cigarro. “Se nós verificarmos que foi positivo, nós pretendemos estender para o município e buscar apoio da Prefeitura ou de empresas que tenham interesse em trabalhar conosco, tanto na divulgação como na construção dessas ecobituqueiras”, antecipa.
Alunos e professores do curso técnico em Enfermagem, do Senac Irati, estiveram na inauguração das Ecobituqueiras e abordaram os alunos, distribuindo panfletos que falavam sobre os malefícios do cigarro para a saúde. A finalidade da conscientização é incentivar as pessoas a abandonarem o hábito de fumar e, enquanto não se livram do vício, dar a destinação correta às bitucas, em vez de simplesmente lançá-las ao chão.
Heloísa acredita que a adesão dos alunos, professores e funcionários do campus ao projeto será gradativa, mas, segundo ela, já é possível notar alguma diferença desde que as ecobituqueiras foram instaladas. “Aos poucos, o pessoal vai se acostumando em jogar [as bitucas fora] corretamente. Nosso objetivo é coletar o máximo de bitucas possível, para reutilizá-las em um projeto futuro que tenha na universidade”, comenta a aluna.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que há 1,6 bilhão de fumantes no mundo. Cada um descarta, diariamente, uma média de 7,7 bitucas, o que seriam 12,3 bilhões de bitucas por dia. As bitucas não são biodegradáveis e seu tempo de decomposição, se descartada incorretamente, pode demorar até cinco anos, principalmente quando jogada sobre o asfalto.
A aprovação de leis antifumo agravou a situação do acúmulo de bitucas nas calçadas, desde que foi proibido fumar em ambientes fechados. Em Curitiba, por exemplo, foi aprovada uma lei que multa quem jogar bitucas no chão. Cerca de 1,5 tonelada de bitucas de cigarro são descartadas, por dia, nas ruas da capital. Há quem critique a falta de fiscalização para essa lei.
Outra lei, de 2012, se estende em âmbito estadual: a lei 17.230/2012, de autoria do deputado Rasca Rodrigues (PV), prevê a instalação de coletores de bituca em locais de grande circulação de pessoas. A destinação correta desse resíduo, segundo a lei, pode ser feita através de parcerias entre os setores público e privado. Os locais de grande circulação citados na lei seriam ruas, praças, parques, praias, estádios de futebol, rodoviárias, aeroportos e similares. {/block}

PET Engenharias

De acordo com Daniele, um grupo de alunos desenvolve atividades tanto para a comunidade acadêmica quanto para a comunidade iratiense, como um todo.
Além do Ecobituqueiras, o PET desenvolve outras ações, como a educação ambiental nas escolas, com teatros para o ensino fundamental e palestras para o ensino médio. “Fazemos também oficinas para falar sobre a reciclagem de lixo, como fazer essa reciclagem, para que eles possam levar isso para casa e ensinar aos pais. Trabalhamos com a reutilização do óleo vegetal, que muitas vezes as pessoas descartam incorretamente. Recolhemos esse óleo para a fabricação do sabão vegetal”, exemplifica.
Mais um projeto, com lançamento previsto para breve, aborda a conscientização sobre o descarte correto de medicamentos. “Sabemos que muitos medicamentos, quando sobra um pouco em casa, ou vão para a rede de esgoto ou para o lixo comum, o que não deveria ocorrer”, comenta. Nesse projeto, serão criados postos de coleta de medicamentos usados na própria Unicentro e nos postos de saúde. “Vamos ter bombonas específicas justamente para coletar esses medicamentos que iriam para o lixo, que não deveriam ser jogados, misturados tanto ao lixo orgânico quanto ao reciclável”, diz.
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