Hospital terá atividade internas até o domingo (7). Amamentação reduz riscos de obesidade, infecções, doenças crônicas e alergias
Edilson Kernicki, com reportagem de Paulo Henrique Sava e Rodrigo Zub
A Santa Casa de Irati preparou uma agenda de atividades alusivas à 25ª Semana Mundial do Aleitamento Materno (SMAM), que teve início nesta segunda (1º) e segue até o próximo domingo (7). O dia 1º de agosto é o Dia Mundial da Amamentação, desde que a data foi estabelecida em 1992 pela Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (ou World Alliance for Breastfeeding Action – WABA).
Histórico
Em 1990, um encontro organizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância (UNICEF) elaborou o documento “Declaração de Innocenti”, que foi adotado por organizações governamentais e não governamentais, em especial por defensores da amamentação em vários países. Entre eles, o Brasil. Esse documento apresentou quatro objetivos operacionais:
– Estabelecer um comitê nacional de coordenação da amamentação;
– Implantar os “dez passos para o sucesso da amamentação” em todas as maternidades;
– Implantar o Código Internacional de Comercialização dos Substitutos do Leite Materno e todas as resoluções relevantes da Assembleia Mundial de Saúde;
– Adotar legislação que proteja a mulher que amamenta no trabalho.
Aleitamento materno ocorre em 170 países
De acordo com a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (Rede BLH, da Fundação Oswaldo Cruz), a Semana Mundial do Aleitamento Materno serve como veículo para promover a amamentação e ocorre, hoje, em 170 países. A WABA define, anualmente, o tema a ser trabalhado, e distribui materiais que são traduzidos em 14 idiomas. No Brasil, desde 1999, é o Ministério da Saúde quem coordena a SMAM, adaptando o tema para o nosso país e elaborando e distribuindo cartazes e folders. O tema definido para a 25ª Semana do Aleitamento Materno é “Amamentação: uma chave para o Desenvolvimento Sustentável” (Breastfeeding: a key to Sustainable Development).
{/block} Segundo a responsável pela maternidade da Santa Casa, Genilse Aparecida Holtman, com a ideia de “presente saudável e futuro sustentável”, a amamentação abrange, até mesmo, a preservação do meio ambiente. “O leite materno está pronto. Não precisa de água, não tem custo e é a melhor coisa que tem para o bebezinho”, comenta.
A amamentação também reduz o impacto da emissão de gases que são lançados à atmosfera com a produção de leite artificial e, ainda, pode contribuir para reduzir o desmatamento para a criação de pastos para o gado leiteiro. Além disso, o aleitamento materno reduz o gasto de água que seria necessário para a preparação do leite artificial; a energia usada para prepará-lo e, ainda, diminui a quantidade de latas descartadas. “Sem contar o benefício que [a amamentação] traz para o bebê, tanto hoje quanto para o futuro, fazendo com que diminua para o futuro, doenças crônicas, faz com que a criança diminua o risco de obesidade no futuro.
A gerente de enfermagem do hospital, Luciane Aparecida Batista, destaca que, na promoção do aleitamento materno e da promoção do bem-estar tanto da criança quanto da mãe, a Santa Casa de Irati concorreu, em 2010, ao Prêmio Hospital Amigo da Criança. “E continua a incentivar as mães a permanecerem junto de seus bebês a fim de promover o aleitamento materno. Desde que ele nasce, até o momento da alta [da maternidade] o bebê permanece junto à sua mãe”, ressalta.
Genilse afirma que a Santa Casa também orienta as mães mesmo após a alta da maternidade, a prosseguirem com a amamentação. Muitas das mães voltam a trabalhar quando encerra a licença maternidade, quando a criança ainda tem apenas quatro meses. Outras acabam sendo pressionadas por familiares e amigas a fazer o desmame do filho quando este atinge ou seis meses – época em que começa a introdução de alimentos sólidos na alimentação do bebê – ou ao completar um ano. Genilse recomenda às mães que trabalham fora a estocar o leite materno para que a criança continue sendo amamentada.
Por enquanto, Irati não conta com um banco de leite humano e esse é um dos objetivos da Santa Casa criar esse banco, num futuro breve, conta a gerente de enfermagem do hospital.
Conforme ela, cada mãe é orientada sobre como fazer a coleta e armazenagem na própria casa, para quando vai voltar a trabalhar. “Devido a várias doenças, não existe mais esse aleitamento cruzado, pois pode-se adquirir doenças através do aleitamento cruzado, que é uma mãe amamentando o filho de outra”, explica.
“Estamos abertos à população, àquela mãe que ganhou seu bebê fora [de Irati], ou que veio passear na região, que tem alguma dificuldade com a amamentação, alguma dúvida com relação à retirada do leite, ao armazenamento, a Santa Casa sempre está disponível, com uma equipe treinada para dar orientações a essas mães e para auxiliá-las, se for o caso”, enfatiza Luciane.
“Estamos abertos à população, àquela mãe que ganhou seu bebê fora [de Irati], ou que veio passear na região, que tem alguma dificuldade com a amamentação, alguma dúvida com relação à retirada do leite, ao armazenamento, a Santa Casa sempre está disponível, com uma equipe treinada para dar orientações a essas mães e para auxiliá-las, se for o caso”, enfatiza Luciane.
O aleitamento materno deve ser administrado ao bebê até os seis meses de idade como única fonte de alimentação. Porém, recomenda-se que a amamentação prossiga até os dois anos de idade, mesmo com a introdução de outros alimentos na dieta da criança, destaca Genilse. Segundo ela, a prática traz benefícios tanto para o bebê quanto para a mãe, pois a amamentação reduz as chances de câncer de mama. Para as crianças que são amamentadas, são reduzidos os riscos de obesidade, infecções, doenças crônicas e alergias.
Programação na Santa Casa
Na sexta (5) e no sábado (6), haverá palestras internas para todos os funcionários da Santa Casa de Irati, com capacitação a respeito do aleitamento materno. Trata-se de um curso realizado anualmente, com 20 horas de duração.