Paróquia Nossa Senhora da Luz foi uma das primeiras a adotar a medida durante a tradicional Festa de São Cristóvão
Paulo Henrique Sava
Gradualmente, a Igreja Católica vem reduzindo a venda e o consumo de bebidas alcoólicas em festas e eventos realizados pelas paróquias e capelas em todo o Paraná. Um documento, assinado pelos bispos de todo o estado durante assembleia realizada no ano de 2014 em Ponta Grossa pede que seja feita a conscientização de todas as comunidades, “a fim de que fossem extintas as bebidas alcoólicas nas festas, almoços, jantares e em eventos promovidos pelas igrejas, que acontecem nas dependências das capelas e igrejas matrizes”.
Recentemente, o secretário-geral do Conselho Episcopal Regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Padre Mário Spak, concedeu entrevista à Najuá. Na ocasião, ele comentou que o Paraná age de maneira diferente de outros estados no quesito da venda de bebidas alcoólicas nas igrejas. “Este problema não existe em São Paulo, o que é interessante. Foi enviado o comunicado para a Igreja Católica de São Paulo e eles (bispos) disseram que não têm este problema”, relatou.
Na entrevista, o padre ressaltou que a tradição da venda de bebidas alcoólicas nas festas religiosas vem de muitos anos. “É isso que nós não queremos mais. Se quiserem vender do lado de fora, nos torneios de futebol e nos bailes, não tem problema nenhum, mas nós não queremos que seja vendido (bebidas alcoólicas) no pátio das igrejas”, afirmou.
A Rádio Najuá lançou uma enquete no site da emissora e saiu as ruas para saber a opinião dos iratienses sobre o assunto. O vendedor Jefferson Antônio Urbanski opina que a venda de bebidas alcoólicas não interfere na realização das festas. “Tem as pessoas que vão e bebem socialmente, assim como tem aqueles que vão para aprontar. Mas as festas de igreja são bem organizadas e têm segurança. Diminuiu muito o movimento depois que caiu as bebidas alcoólicas das festas, então eu sou a favor da venda”, comentou.
O iratiense Rodrigo Bührer se posicionou a favor da venda de bebidas alcoólicas. “Eu acho que é cultura da região a realização destas festas, e sem bebida ficou muito sem graça”, opina.
Na opinião do aposentado Marciano Dziadzio, a venda de bebidas alcoólicas nas festas religiosas não deveria ser proibida. No entanto, ele comenta que deve haver mais segurança e policiamento para evitar que pessoas alcoolizadas cometam excessos. “O que não pode é atrapalhar uma festa por causa de dois ou três ‘marginais’. Na minha opinião, deve existir bebidas. A pessoa tem que ter limites”, frisou.
O agricultor Estefano Milkoski diz que “comer churrasco sem cerveja não tem graça. Eu não venho da Serra dos Nogueiras até a cidade só para comer carne, pois tenho freezer. Eu venho é para tomar uma cerveja e brincar com os amigos”, opina.
Na opinião de Sérgio Santerri Guimarães, a venda de bebidas alcoólicas movimenta as festas nas comunidades. “Eu, inclusive, não tenho mais ido em festas, e acho que teria que liberar”, comentou.
O vendedor de frutas Valdir Ferreira diz ser favorável à venda de bebidas alcoólicas em eventos e festas religiosas somente para maiores de idade. Ele defende a necessidade de maior controle sobre o consumo de bebidas nos pátios das igrejas. “Tem que ter fiscalização, para [a organização] não correr o risco de vender para crianças”, frisou.
Inaldson Antônio Cararo, vendedor, diz que a maioria das capelas realiza festas para obter lucro, e a maior parte dele vem da venda de bebidas. “Este lucro pode ser aplicado na formação de novas vocações sacerdotais, e até mesmo em missões da Igreja fora do Brasil. É um dinheiro arrecadado que serve para ajudar outras pessoas
A vendedora Selma Alcântara diz ser contra a venda de bebidas alcoólicas nas igrejas. “O pessoal começa a se reunir e beber, depois começam a se alterar, as pessoas ficam agressivas, e daí, em uma festa bonita, em um lugar religioso, acontecem vários problemas”, comentou.
Queremos saber a sua opinião sobre a venda de bebidas alcoólicas nas festas e eventos religiosos.