Secretário de saúde e delegado falam sobre apreensão de drogas em ambulância de Irati

01 de maio de 2017 às 11h12m

Drogas, serras, celulares e bebida alcoólica seriam levadas por um preso para a carceragem da Delegacia de Irati. Esquema foi descoberto na madrugada de domingo, 30

Da redação
O secretário de saúde de Irati, Agostinho Basso, e o delegado Paulo César Eugênio Ribeiro, falaram sobre o caso envolvendo um detento, que estaria levando drogas, serras para cortar grades, celulares e bebida alcoólica para a carceragem da delegacia. Ele contava com o apoio de uma ambulância da Secretaria de Saúde para fazer o transporte do material. Os objetos estavam em uma manta, escondida em um baú da ambulância.
O esquema foi descoberto na madrugada deste domingo, 30. O motorista da ambulância prestou depoimento e foi liberado. Já o veículo ficou apreendido para perícia.
Segundo o delegado, as investigações sobre o caso começaram há cerca de um mês, quando a Polícia Civil recebeu a denúncia de que o transporte estava ocorrendo. “A partir do momento em que obtivemos estas informações, começamos a investigar e, na madrugada de domingo, desconfiamos de um preso que pediu para ir ao Pronto Socorro duas vezes na mesma noite. Levamos ele na primeira vez, mas na segunda desconfiamos, porque ele havia acabado de voltar e queria retornar para o PA. Abordamos ele, que confessou que estes objetos estariam entrando na carceragem”, destacou.
Pela quantidade de material apreendido, o delegado acredita que esta seria a primeira vez que o material entraria na carceragem. No entanto, ele ressaltou que os próprios agentes da PC impediriam a entrada do material na delegacia. “Nosso corpo de agentes penitenciários é muito bom, e em hipótese nenhuma eles deixariam de fazer uma revista no preso. Então, eu descarto a possibilidade de envolvimento de algum servidor aqui da Delegacia ou do departamento penitenciário”, afirmou Ribeiro.
De acordo com o delegado, foram apreendidos 500 gramas de maconha, duas serras, uma garrafa de vodka e um celular. Havia uma denúncia sobre uma possível entrada de dinamite na delegacia, mas o material não foi encontrado. Após o depoimento do motorista, que não foi preso em flagrante, a PC concluiu que a droga foi colocada na ambulância há vários dias. “Ele [motorista] já pegou a ambulância provavelmente com a droga dentro, não foi ele quem colocou a droga na ambulância. Evidentemente que todos os fatos serão apurados, em uma maior amplitude, para conseguirmos chegar em uma autoria. Eu acredito também que não é uma situação difícil de elucidar, e com absoluta certeza nós, em breve, vamos dar uma resposta à população”, frisou.
O secretário de saúde, Agostinho Basso, foi informado sobre o fato já na madrugada de domingo, 30, em conversa com o próprio delegado. “Foi uma surpresa muito triste, lamentável para todos nós, da Secretaria de Saúde, onde sou funcionário de carreira há mais de 30 anos, e jamais esperava um dia ver e ouvir o que estamos ouvindo e vendo por aí”, comentou.
O secretário se reuniu na tarde desta segunda-feira, 01, com o prefeito Jorge Derbli. O Executivo aguarda o término das investigações para obter uma resposta sobre o caso. O prefeito e o procurador do município, Robson Krupeizacki, estiveram com o delegado para tomar conhecimento da situação. “Será aberta uma sindicância, vamos chamar os quatro motoristas que fazem plantão na ambulância do Pronto Atendimento. É bom que se diga que esta ambulância não é de viagem, mas é aquela que presta serviço apenas na cidade, no Pronto Atendimento Municipal, vamos chamar cada um deles e conversar. Esta sindicância vai gerar ou não um processo administrativo: se houver o envolvimento de funcionários e colaboradores, o processo administrativo pode culminar com a exoneração da pessoa”, afirmou.

Procedimento de escolta

Para escolta dos presos, o delegado afirmou que sempre é solicitado o apoio de uma viatura da Polícia Militar, o que não ocorreu na madrugada deste domingo, 30, quando os objetos foram descobertos. “Foi solicitada novamente a Polícia Militar para fazer a vistoria na ambulância, mas eles demoraram um pouco para vir, e nós tivemos que fazer a abordagem da ambulância”, ressaltou.
De acordo com o delegado, em relação às escoltas, o acordo para escolta de presos foi firmado entre as polícias Civil e Militar e o Poder Judiciário. “Até porque a própria PM tem um aparelhamento melhor de armamento e pessoal para fazer a escolta destes presos”, comentou.
Durante o dia, a própria Polícia Civil é quem faz a escolta dos presos. Ainda segundo o delegado, dois suspeitos serão ouvidos ainda durante as investigações.

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