Ieda Waydzik tomou posse como a primeira presidente da RFCC iratiense
Da redação, com reportagem de Paulo Henrique Sava
Uma cerimônia realizada na sede da ANAPCI, na Rua Conselheiro Zacarias, na noite de segunda-feira (10), marcou a fundação da Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC) em Irati. A exemplo do que já ocorre em outros municípios paranaenses há mais de 60 anos, a Rede Feminina vai atuar em Irati especificamente voltada para o voluntariado dentro do Hospital Erasto Gaertner, que logo terá uma Unidade Avançada na cidade, explica a presidente da Rede Feminina em Irati, Ieda Waydzik.
Ieda comenta que todos aqueles que já visitaram o Hospital Erasto Gaertner, no Jardim das Américas, em Curitiba, já devem ter se deparado com senhoras com trajes rosa: essas são as mulheres que atuam no voluntariado no hospital e representam a Rede Feminina de Combate ao Câncer. Em Curitiba, a RFCC foi fundada em 1954, tendo Anita Gaertner como presidente. Dois anos mais tarde, surgiu a Rede Feminina em Ponta Grossa. A Rede também está presente em União da Vitória e Maringá.
“Temos a ANAPCI (Associação do Núcleo de Apoio ao Portador de Câncer de Irati), nossa instituição que todo mundo conhece, mas a ANAPCI tem diversas finalidades, como as visitas domiciliares, a prestação de serviços em outras áreas – auxílio psicológico e jurídico; enfim, várias atividades que temos. A Rede Feminina, que estamos fundando hoje, tem como finalidade específica de prestar serviços dentro da Unidade do Hospital [Erasto Gaertner] ajudando aos pacientes, humanizando o atendimento aos pacientes, distribuindo lanches, chá, fazendo atendimento administrativo, orientando, dando apoio psicológico, moral, para os pacientes que vão estar lá”, compara Ieda.
A presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Irati considera que o voluntariado dignifica a todos aqueles que gostam de estar em contato com as pessoas para atender suas necessidades. Ieda agradece ao grande número de mulheres que vieram prestigiar a reunião de fundação da RFCC e estende o convite a quem mais se interessar em fazer parte da Rede Feminina.
Ieda também explica que as interessadas em fazer parte do voluntariado prestado pela Rede Feminina não podem ser fumantes, devem ter disponíveis quatro horas por semana para os trabalhos voluntários no hospital e mandar fazer o guarda-pó rosa, característico das voluntárias da Rede Feminina.
Depois dessa primeira reunião, para formalizar a fundação da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Irati, seguem os demais trâmites, como a criação de um CNPJ e a eleição de uma diretoria. O acolhimento de novos membros será feito na própria sede da ANAPCI, na Rua Conselheiro Zacarias, 156 – no antigo Centro de Especialidades Odontológicas (CEO).
A diretora da Rede Feminina afirma que recebeu com alegria e com honra a missão de estar à frente dessa nova associação, que é uma etapa importante para consolidar a vinda da Unidade Avançada do Erasto Gaertner para a cidade de Irati e que vai atender também a toda a região.
Ainda de acordo com Ieda, a antiga sede da ANAPCI, que foi cedida para receber a Unidade Avançada do Hospital Erasto Gaertner, já está com toda a estrutura e as instalações prontas. Depende, apenas, da assinatura do convênio com o governo do Estado, que autoriza a despesa – os pouco mais de R$ 200 mil mensais de custeio. A expectativa é a de que o funcionamento da Unidade inicie a partir do final de julho ou começo de agosto.
A presidente da ANAPCI, Terezinha Veres, explica que a ONG iratiense foi procurada pela presidente da RFCC de Curitiba, Cleide Anastácio Rando, que desenvolve seu trabalho no Hospital Erasto Gaertner. “Como essa Unidade vai ser uma extensão do Hospital Erasto Gaertner, eles querem dar aqui a continuidade e o mesmo tratamento prestado em Irati”, comenta. Terezinha enaltece que essa extensão do trabalho para a cidade de Irati, assim como é prestado na capital, se refere tanto ao atendimento clínico quanto à humanização do tratamento, através do voluntariado.
A princípio, sabendo da existência da ONG que atende voluntariamente aos pacientes em tratamento do câncer, Cleide sugeriu que a ANAPCI trocasse de nome e passasse a ser denominada como Rede Feminina de Combate ao Câncer. A sugestão foi rejeitada prontamente pelas voluntárias, conforme explica Terezinha, pelo forte vínculo já estabelecido entre a instituição e a comunidade, através de seu trabalho de assistência social.
A decisão das voluntárias da ANAPCI foi, portanto, a de criar uma instituição paralela para se dedicar a esse trabalho voltado ao atendimento de pacientes no “braço” do Erasto, que é a Rede Feminina, para um trabalho em conjunto. “Mas para isso tem a parte burocrática. A Rede Feminina tem um regimento interno, diferente do nosso, que é um estatuto. Temos um segmento na assistência social; elas têm um atendimento voltado diretamente ao paciente, dentro da unidade do hospital, prestando apoio e sendo solidárias com as pessoas ali dentro”, diferencia.
“O trabalho de voluntariado da Equipe Rosa faz toda a diferença para um paciente que está passando por tratamento lá [no Erasto Gaertner, em Curitiba] e fico feliz de estar vindo essa extensão para cá. Porque, para mim, fez muita diferença, o tratamento que é dado aos pacientes lá, envolvendo o afeto e esse carinho é muito importante. É uma equipe que está disposta a servir, não para ser servida. Meu desejo de estar nesta reunião foi justamente para saber como vai funcionar e até onde podemos ajudar”, comenta Leila Bettes, que é paciente do Hospital Erasto Gaertner há três anos.
Leila comenta que, por ainda ser paciente em tratamento, não pode ser voluntária da Rede Feminina e estava na ocasião representando a uma amiga que não pôde comparecer. Leila afirma que sente muita gratidão pelas mulheres que compõem a Rede, pois elas fazem a diferença nesse tratamento de saúde.
Quanto à nova Unidade Avançada do Erasto Gaertner em Irati, Leila reafirma que a redução do deslocamento vai melhorar as condições de tratamento para os pacientes da região, que representam parcela significativa do público atendido hoje em Curitiba.