Paulo Sérgio Markievicz vai a júri popular nesta quinta (17); ele é acusado de executar o ex-cunhado Sérgio Albin, em fevereiro de 2016
Da Redação
A Vara Plenário do Tribunal do Júri de Irati, através da juíza Heloísa Mesquita Fávaro, definiu a data do julgamento de Paulo Sérgio Markievicz. O réu pelo homicídio do ex-cunhado Sérgio Albin vai a júri popular na quinta-feira (19), a partir das 9h.
A denúncia contra o acusado foi oferecida pelo Ministério Público em abril de 2016, dois meses depois do crime. Em 6 de abril de 2016 ele teve a prisão preventiva decretada. Ao longo de todo o processo, foi juntado o laudo do exame cadavérico da vítima, o acusado foi citado pessoalmente e apresentou resposta através de defensor constituído, foram ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa.
Com as alegações finais do Ministério Público, foi decidido levar o acusado a julgamento pelo Tribunal do Júri, sob a acusação de homicídio qualificado, por motivo fútil; à traição, de emboscada, de forma que impossibilite a defesa da vítima (artigo 121, § 2º, incisos II e IV do Código Penal).
A defesa alega legítima defesa e “homicídio privilegiado”. O homicídio privilegiado ocorre quando o crime é praticado sob uma emoção violenta, desespero, compaixão ou motivo de relevante valor social ou moral que, em tese, diminuiria a culpa aplicada ao homicida.
Réu, defensor, representante do Ministério Público e assistente foram notificados a comparecer em plenário na quinta (19), às 9h. As testemunhas e o perito foram intimados. Os jurados, que vão deliberar pela absolvição ou culpa do réu, foram definidos por sorteio no dia 2 de outubro.
Ex-cunhado do acusado foi morto com sete tiros
Na manhã do dia 1º de fevereiro de 2016, Sérgio Albin, de 46 anos, que era conhecido como “Serjão Borracheiro”, foi executado a tiros na Avenida Noé Rebesco. O acusado desceu de uma picape Fiat Strada prata, munido de uma pistola de calibre 380 e atirou contra a vítima.
Os dois primeiros disparos teriam falhado e uma testemunha, que conversava com a vítima quando o acusado chegou ao local do crime, conseguiu fugir. Enquanto isso, Sérgio tentou embarcar em sua moto, uma Honda CB 300, mas caiu, atingido pelos disparos, e não conseguiu sair do lugar.
A vítima foi executada com sete tiros: um na cabeça e seis tiros no tórax – três o atingiram de frente e outros três pelas costas. Sérgio morreu no local do crime, onde a Polícia Militar encontrou pelo menos dez cápsulas deflagradas de pistola calibre 380.
{JIMG0}Na casa do suspeito, que foi identificado no mesmo dia do crime, foram localizadas duas caixas: uma usada para guardar uma arma de fogo e outra com 12 munições, dois blister com dez munições cada, um carregador de pistola e uma autorização para transporte da arma, emitido pela Polícia Federal. Os objetos foram recolhidos e entregues na Delegacia de Polícia Civil, que encaminhou o material para perícia.
A vítima tinha registrado quatro boletins de ocorrência, por ameaça, contra o ex-cunhado. Em sua alegação de legítima defesa,o acusado dizia que carregava a arma para defesa pessoal, porque vinha sendo alvo de ameaças de Sérgio. A Criminalística, contudo, contrapôs a versão do acusado e a refutou: Paulo Sérgio dizia que teria atirado a esmo, como tentativa de defesa. O fato de ter acertado sete disparos contra a vítima, de forma certeira, contradiz sua versão, conforme a Polícia Civil declarou à época do inquérito, em março de 2016.
A delegada responsável pelo inquérito, Eliete Kovalhuk, afirmou na época em que o inquérito vinha sendo formulado, de que havia o registro de queixa por ameaça de ambos os lados, tanto do acusado do homicídio contra a vítima, como da vítima contra o acusado.
A polícia conseguiu chegar ao suspeito através da testemunha, que relatou a placa do veículo, uma Fiat Strada, em que Paulo chegou ao local da execução. Através da consulta ao sistema de identificação, foi certificado que o carro pertencia a Paulo. A Polícia Civil também apurou que ele teria adquirido uma arma de fogo em agosto do ano passado, uma pistola calibre 380, numa loja de Irati. Paulo obteve, junto à Delegacia da Polícia Federal, em Ponta Grossa, a autorização para transporte da arma.
O suspeito declarou à Polícia Civil que, depois de se evadir, chegou a ficar três dias escondido num matagal às margens da estrada que dá acesso ao município de São Mateus do Sul e, quatro dias depois da ocorrência, se apresentou espontaneamente à Delegacia, acompanhado de seu advogado.
A vítima, Sérgio Albin, era natural de Rio Azul e morava na Rua Trajano Grácia, em Irati. Ele era dono de uma borracharia e de um lava-car nas proximidades da Ciretran.
