Prazo, que terminaria em dezembro, foi prorrogado até 31 de maio de 2018
Paulo Henrique Sava
O prazo para o município de Irati desativar o aterro sanitário do Pinho de Cima foi prorrogado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e pelo Ministério Público. A afirmação foi feita pelo novo secretário de planejamento, João Almeida Júnior, em entrevista à nossa reportagem. O prazo, que terminaria em dezembro, foi estendido até 31 de maio de 2018. A informação foi confirmada pela promotora Gabriela Cunha Mello Prados.
“O MP entendeu todo o processo que estamos fazendo, que não estamos parados, estamos andando com o projeto de transbordo, que é delicado e complexo, e não é simplesmente de um dia para o outro que poderemos fazer este transbordo. Esta licitação será feita nos próximos meses, para que, no fim de maio de 2018, possamos encerrar as atividades do aterro”, comentou.
Almeida comenta que a situação do aterro sanitário vem se arrastando durante várias gestões. “O aterro hoje não tem mais condições de receber material, nós fomos notificados pelo IAP e pelo Ministério Público. O ex-prefeito também já havia sido notificado. Ali é um terreno particular, no qual foi feita uma permuta com o município. Na gestão anterior, não foram feitos todos os termos de recebimento deste terreno, e a empresa que havia feito esta permuta para a prefeitura tinha algumas ações judiciais e este terreno foi penhorado”, citou.
Conforme Almeida, o município já está em busca de um local adequado para receber um aterro sanitário. No entanto, como a região é ricamente irrigada por nascentes ou por áreas de mananciais, seria difícil encontrar uma área própria para aterro. Segundo o secretário, apenas os municípios de Fernandes Pinheiro e Teixeira Soares teriam terrenos próprios para isto. “A solução que nós encontramos junto ao MP e ao IAP, neste primeiro momento, seria o transbordo, não que esta seja a solução definitiva, pois não queremos tirar o nosso lixo daqui e levá-lo para um outro município. Queremos uma solução definitiva, e para isso, estamos correndo junto com as Secretarias de Ecologia e Meio Ambiente e de Obras, para procurar alguma solução definitiva para o lixo”, ressaltou.
Almeida comenta que toda a população é culpada pela degradação do aterro sanitário e pelo possível reajuste na cobrança da taxa do lixo. “Se nós tivermos um projeto de compostagem correta para o lixo orgânico e separarmos corretamente o reciclável, vamos favorecer as associações dos catadores e irá diminuir a quantidade de lixo para fazermos o transbordo”, comentou.
Mensalmente, o município produz cerca de mil toneladas de lixo, que vem sendo depositada no aterro. “Se nós fizermos uma separação correta, esta quantidade de lixo vai ser menor, e os valores que pagaremos para as empresas serão menores, e consequentemente a taxa de lixo vai ser menor. É uma situação na qual todos nós somos culpados: o Poder Público, que não tomou suas providências nos últimos cinco ou seis anos, e a população, que deve diminuir a quantidade de lixo que nós precisamos. Isto é uma questão de sobrevivência da nossa e das futuras gerações. Temos que começar a tomar providências. Não estou colocando o problema apenas no colo da nossa população, mas é um problema conjunto que todos nós temos que enfrentar”, comentou.
Com o prazo para desativação do aterro prolongado, a prefeitura poderá fazer uma licitação do transbordo do lixo para outros municípios. O edital será lançado nos próximos dias. Após a licitação, será definido o município para o qual o lixo iratiense será levado. “Temos várias empresas que nos procuraram para levar o nosso lixo para Ponta Grossa, Piraí do Sul, para a Região Metropolitana de Curitiba e para o norte de Santa Catarina, com certificações de todos os órgãos ambientais municipais, estaduais e federais. Hoje, nós não podemos dizer para onde vai o lixo porque ainda não foi feita a licitação, mas no momento oportuno ela será feita, e a empresa que ganhar levará para o destino”, finalizou.
Derbli fala sobre reajuste na taxa do lixo
Recentemente, em pronunciamento nas redes sociais, o prefeito Jorge Derbli comentou que o lixão foi embargado pelo IAP, e que por isto, a solução mais viável seria o transbordo. Ele diz que o dinheiro arrecadado mensalmente com a taxa do lixo não comporta mais sequer os custos da coleta de lixo da cidade, por isto a única alternativa possível será a elaboração de um Termo de Ajuste de Conduta para o transbordo, o que resultou em um custo maior para o município. Com isto, a taxa de lixo terá que ser reajustada. “Eu não gosto de aumentar imposto, mas é a única alternativa que eu tenho neste momento para solucionar este problema”, afirmou o prefeito, em vídeo publicado em sua página pessoal.